quarta-feira, outubro 25, 2006

Mas afinal quem deve pagar?

Quando em 2000, Ken Livingstone, disputou as eleições para “Mayor” de Londres, prometeu aos eleitores instituir uma taxa sobre a circulação automóvel no centro da cidade. Livingstone ganhou as eleições e cumpriu a sua promessa. Assim, desde 2003, qualquer automóvel que circule no centro de Londres paga 5 libras por dia.
Os residentes da área central também são abrangidos por este imposto, beneficiando contudo de uma redução de 90% no montante diário a pagar. O rendimento gerado pela taxa de circulação é empregue, como tinha sido prometido, na melhoria do sistema de transportes públicos da cidade. O sistema revelou-se um sucesso. O tráfego automóvel diminuiu 20% e as receitas anuais geradas são de 190 milhões de libras.
Este exemplo ilustra as vantagens decorrentes da aplicação de um princípio básico da Teoria Económica: para uma eficiente utilização dos recursos disponíveis os consumidores devem pagar pela sua utilização.
Quando o uso das estradas e das ruas é grátis, o tráfego tenderá a aumentar até à congestão. Para evitarmos esta situação nada melhor do que aplicar o princípio do utilizador-pagador.
Em Portugal contrariamos os ensinamentos da Teoria Económica, inventámos e aplicamos o conceito oposto: a fórmula Scut, sem custo para o utilizador.
Mas convém não esquecer que quando os utilizadores não pagam, não quer dizer que não há custo. Só significa que são outros a pagar.

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