Vergonha no Parlamento

Vergonha é a palavra que ocorre para classificar o que se passou no Parlamento. A mesma gente que propõe rigor e exigência para o país (seja a que está agora no Governo, seja a que esteve há pouco), os mesmos que proclamam virtudes e moral e derramam máximas tremendas, gostam mais de o fazer numa espreguiçadeira no Brasil ou em Cabo Verde, ou numa rede entre dois pinheiros no Douro ou nas Beiras, do que nos cadeirões de São Bento para que foram eleitos e devido aos quais são pagos.
A produtividade, a inovação, a flexibilidade laboral, a competitividade e outros inúmeros chavões são, para gente assim, matéria de discurso. Mas da prática, eximem-se eles a sete pés mal se aproxima o fim-de-semana da Páscoa.
Que o exemplo deve vir de cima, toda a gente sabe. Talvez por isso se possa deixar um desafio aos líderes partidários, para que façam publicar a lista dos seus deputados faltosos e digam de forma transparente, onde estava cada um no momento da votação...
Não se trata de fazer uma denúncia, mas de mostrar o respeito devido aos eleitores, porque se os próprios deputados faltosos não se respeitam nem respeitam aquela que é a casa da democracia portuguesa, haja quem o faça em relação aos cidadãos que os elegeram e ao país que lhes paga.