terça-feira, julho 25, 2006

Da escola ao desemprego

Há 30 ou 40 anos, a questão que se levantava a quem tinha acabado o liceu era «como é que eu vou conseguir entrar na universidade?». A pergunta que hoje se põe a quem termina o secundário é «o que é que eu vou fazer quando sair da universidade?».
Que a alteração é substantiva já todos se deram conta. Talvez valha a pena pensar é nas causas da mudança. E o que mudou? Tudo! Há 30 ou 40 anos, a oferta era pouca e, como tal, a selecção dos candidatos, muito rigorosa. Apenas uma pequena minoria conseguia os seus objectivos – entrar na universidade – e o mais grave é que os critérios de selecção nem sempre eram os do mérito, do empenho e da competência; também se ponderavam critérios como o extracto social, a confissão política ou religiosa e sempre o critério financeiro.
Hoje, a oferta é muito superior à procura, logo a selecção deu lugar à angariação. Apregoam-se cursos como quem vende castanhas, publicitam-se universidades, politécnicos e institutos superiores ao melhor estilo de uma qualquer imobiliária. O critério de admissão que hoje se pratica em muitas instituições, (sobretudo ao ensino superior privado e cooperativo), é único: «critério financeiro».

Sem comentários: