Todo e qualquer treinador só o é:
- Se conseguir manter a serenidade quando os outros já a perderam e o culpam por essa perca;
- Se continuar a acreditar em si, embora todos já duvidem, e for capaz de compreender as suas dúvidas;
- Se souber dar tempo ao tempo, sem entrar em desesperos inúteis;
- Se caluniado, não cair na tentação de caluniar;
- Se enganado, não enganar os que o enganaram;
- Se odiado, não der oportunidades ao ódio;
- Se for capaz de sonhar, sem se tornar escravo dos seus sonhos;
- Se não transformar os seus pensamentos em ambições;
- Se, de igual modo, aceitar a vitória e a derrota como ilusões passageiras;
- Se conseguir suportar as intrigas e mentiras que deturpam a verdade dos factos, sem se deixar perturbar;
- Se, sempre que destruírem o que construiu, com o pouco que lhe restar, começar a reconstruir tudo de novo;
- Se for capaz de, numa jogada, tudo arriscar e, se perder, sem um lamento, recomeçar mais uma vez;
- Se conseguir esforçar o coração, os nervos e os músculos, até darem tudo o que neles há para dar;
- Se souber encontrar dentro de si as forças que lhe ordenam que aguente;
- Se for capaz de falar aos adeptos mantendo a calma e a compostura;
- Se conseguir conviver com os poderosos, preservando a sua identidade e dignidade;
- Se não se sentir ofendido, quer por amigos, quer por inimigos, porque só o ofende quem ele quiser;
- Se for capaz de resistir a aplausos e adulações, continuando a merecer a confiança dos que nele acreditam;
- Se souber aproveitar cada segundo, dos minutos que passam na vida a uma velocidade vertiginosa;
- Se for capaz de, apesar do seu sucesso, não se sentir demasiado bom nem excessivamente pretensioso.
Então talvez possa ser considerado o líder da equipa, um verdadeiro treinador.
António Cunha
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