quinta-feira, maio 18, 2006

A propósito

A concretização da “Bioquímica dos acidentes de viação” exige reflexão profunda e espírito científico nas observações efectuadas e lógica impecável nas conclusões. Por outras palavras, rigor, humildade sem o fito de um protagonismo a qualquer preço.
Que a sinistralidade rodoviária se relaciona com substâncias químicas é uma premissa razoável mas é preciso encontrar os meios para a demonstrar.
Desde sempre que é do conhecimento científico que o álcool e os psicofármacos, como outras substâncias, incluindo os estupefacientes, interferem com a atenção, a vontade e as senso-percepções.
Toda a gente é avisada mediante as bulas que acompanham os medicamentos que a sua administração pode interferir com a condução de veículos mas, além disso, o médico deveria sempre prevenir o doente, explicando-lhe de modo que ele compreenda a mensagem.
Por outro lado, não há referência bibliográfica que sustente a opinião de que a taxa de alcoolemia no sangue deva ou não ser 0,0g/l, porque sem ingerir álcool uma pessoa poderia ter 0,1 ou 0,2g/l. Porém, faltam estatísticas sérias que permitam avaliar a dimensão e a relevância social da eventual relação dos químicos na sinistralidade rodoviária mortal.
É evidente que a responsabilidade do álcool na sinistralidade rodoviária é muito maior do que para medicamentos, até porque é muito mais habitual a cultura do álcool do que a da administração de medicamentos. Mas, infelizmente, as campanhas de sensibilização contra a ingestão de álcool não têm alcançado os resultados, é caso para dizer que de boas intenções está o inferno cheio.
José Eduardo Lima Pinto da Costa

1 comentário:

Anónimo disse...

lingua portugusa

bom dia!!!!