segunda-feira, março 20, 2006

A Herança

O jornalista queria descobrir uma história emocional que fizesse notícia ao entrevistar um homem muito velho num lar de terceira idade.
- O senhor – perguntou o jovem repórter – como se sentiria se, de repente, recebesse uma carta dizendo que um parente distante lhe deixara dez milhões de euros em testamento?
- Filho – Respondeu, bem devagar, o ancião – Eu continuaria a ter 95 anos, não é?

Vive-se sonhando com o euromilhões, como se ele fosse a panaceia que resolvesse todo o futuro.
Os sonhos comandam os projectos e ouve-se amiudadas vezes: “Se me sair…”
E sonhar até é bom, já que pode significar objectivos que se pretendem atingir e pelos quais se luta. Só que sonhos e objectivos desprovidos de valores poderão ser um oco esvaziado de felicidade, uma alienação da existência.
E depois há sempre a realidade, esta não nos retira os “95 anos”, ou seja, aquilo que temos e que fomos construindo até aqui.
Evitando optimismos ou pessimismos, a felicidade está em assumir a sua realidade concreta e, honestamente, continuar a edificar a sua vida com objectivos e valores.
Pe. Joaquim Mário

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