sábado, março 04, 2006

O investigador

Conta Ludwig Wittgenstein que, muitas vezes, no acto de investigar, nos encontramos perdidos como alguém que, entre montanhas desertas, procura uma casa habitada, onde possa descansar e alimentar-se. Com muita felicidade, encontra um pastor que se dispõe a procurar com ele o caminho para uma estalagem. Ao fim de algumas horas de viagem pedestre, o pastor parou e disse-lhe: «Agora, procura tu o caminho da estalagem.»
De facto, a partir de determinada altura, devemos ser nós a investigar, sem a ajuda de ninguém. Todo o investigador, que investiga mesmo, sente-se perdido, no meio de dúvidas sem conta. Mas é ele, só ele, que pode chegar à estalagem ansiada, já que mais ninguém pode fazer o que lhe compete.
Um grande autor, a partir de determinada altura, não tem de mostrar que conhece o que os outros pensam, mas que sabe pensar.

2 comentários:

Anónimo disse...

Está a ver, aproveitar a boleia do espectro deu resultado. Confesso que fico preocupado ver toda esta gente a querer integrar a galeria de notáveis - que têm inegavelmente o seu valor. Mas enquanto fazem esse aproach parece que se esquecem do seu pp/o, eis o que me faz lembrar aquela catadupa de comentários. Os quais, visto bem, só 2 ou 3% são relativos ao tema, o resto é palha. Como muita é tb a palha que li se escreve. Todos nós o fazemos, aliás. Para além daquilo que copiamos e escondemos a fonte. E aqui n há vpv que nos valha, somos todos uns pelagiadores, tudo depende da intensidade... Pense nisso,
Cumprimenta
e bons blogs
rui matos
http://www.macroscopio.blogspot.com

Rui Marques disse...

Confesso que bem queria aproveitar essa boleia... mas no que diz respeito a citações não tenho qualquer complexo nem constrangimento, pelo contrário, muito me orgulha referir este ou aquele autor, conhecido ou desconhecido, presto-lhes uma homenagem.
Aproveito para agradecer o seu comentário, é sempre bem-vindo a este blog. E se for seu interesse incluí-lo na sua blogosfera, o prazer será meu.