domingo, abril 09, 2006

Como pode a Europa defender-se da competição global?

O que vai decidir a competição global é a capacidade de cada país para atrair e reter investimentos de alto valor acrescentado. Neste contexto, a primeira linha de defesa da Europa é a própria democracia.
A democracia avançada é um factor de atracção desse investimento de valor acrescentado, porque assenta no Estado de Direito e a questão nuclear para um investidor desta natureza é saber se pode contar com o sistema legal para fazer valer os seus direitos, em particular os direitos ligados à inovação.
Depois, porque a democracia promove uma sociedade civil forte e um sistema mediático livre, que contrabalançam e vigiam os exageros e os acasos do poder político, asseguram uma estabilidade de fundo e protegem a sanidade da própria concorrência económica.
Finalmente, porque a democracia avançada combate melhor a burocracia e a corrupção do que qualquer outro sistema e esses são dois factores que desencorajam o investimento de valor acrescentado.
Outro ponto crucial é o mercado de trabalho, uma vez que, um investidor desta natureza preocupa-se mais com a qualificação e qualidade dos recursos humanos do que com os níveis salariais usados, assim como, a flexibilidade na transferência ou despedimento de empregados, sendo decisivo a qualidade do sistema de ensino, em particular nas áreas técnicas e de gestão, e o domínio generalizado do inglês.
Por fim, as empresas, na Europa, querem-se muito dinâmicas devido à competição global e portanto a cultura de mérito é um factor de atenção e de preferência, aumentando cada vez mais o peso da “performance” como componente dos salários.

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