quinta-feira, setembro 09, 2004

A pureza do amadorismo


Este é o mito que leva a medalha de ouro! E diz-nos que para os atletas da Antiguidade ficar em último era tão importante como ficar em primeiro.
«Uma vitória olímpica era um passaporte para a fama, a riqueza e, por vezes, até mesmo para se receber dinheiro por se participar noutros festivais», refere a Dr.ª Judith Swaddling, do Departamento de Antiguidades Gregas e Romanas do Museu Britânico, em Londres. Os vencedores olímpicos atenienses recebiam uma soma equivalente a cinco anos do salário de um trabalhador normal, isto para além de outras mordomias, tais como refeições à borla para toda a vida.
Por isso, não deverá constituir surpresa o facto de a palavra «atleta» derivar de uma antiga palavra grega que significava «alguém que compete para vencer um prémio».
Como foi então que surgiu esta ideia do amadorismo? Trata-se da questão dos 64 000 dracmas: a resposta é que o barão de Coubertin era bastante snob, e a sua política do amadorismo era uma forma de manter os atletas das classes mais desfavorecidas fora dos Jogos. Segundo o professor Golden, os organizadores dos Jogos Modernos aplicaram o pouco fidedigno precedente do amadorismo antigo porque «estiveram, desde o início, interessados em restringir a competição à elite». Só os ricos tinham dinheiro para poder competir. in Selecções

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