quarta-feira, junho 28, 2006

O processo de Bolonha e as suas implicações no ensino superior em Portugal

Hoje em dia discute-se muito a problemática do processo de Bolonha, e as possíveis implicações que virá incutir no ensino superior em Portugal, mas o que é no fundo o processo de Bolonha? E quais as possíveis repercussões no ensino superior em Portugal?

Neste seguimento, o processo de convergência de Bolonha possui como objectivo a criação de um espaço europeu de ensino superior que favoreça e promova a mobilidade dos discentes e docentes, bem como a mobilidade e empregabilidade dos diplomados, em que o objectivo estratégico da mobilidade pressupõe o desenvolvimento de instrumentos que assegurem a compatibilidade dos graus, a legitimidade dos curricula e a comensurabilidade dos segmentos de formação nos diferentes níveis, sendo o objectivo destes itens tornar possível:
- A validade automática dos diplomas no espaço europeu;
- A equiparação de segmentos de formação, medidos em créditos ECTS (unidades de crédito calculadas segundo o número de horas de trabalho pessoal do estudante, necessárias à obtenção de aproveitamento, independentemente do número de horas de contacto semanal com o docente), obtidos em universidade diferente daquela que confere o grau;
- A possibilidade de criar diplomas conjuntos, que correspondam a percursos de formação resultantes da colaboração entre duas ou mais universidades.

Este mesmo processo irá atribuir maiores responsabilidades académicas às universidades e aos politécnicos, exigindo em troca uma maior transparência e internacionalização das instituições de ensino superior portuguesas.
Este mesmo processo exigirá, também, uma maior dedicação por parte dos discentes, e para os docentes exigirá mais a nível pedagógico.

Porém, existirão também alguns dissabores para as próprias instituições, docentes e discentes na medida em que o já citado processo irá transformar as instituições em centros de preparação de recursos humanos, o que poderá ser penalizante para os “nossos” discentes bem como para o nosso país.
Esperemos que o processo de Bolonha contribua de forma eficaz para que os discentes do ensino superior em Portugal tenham menos dificuldade em encontrar emprego, se consiga uma maior mobilidade dos mesmos, e que possam competir com os seus congéneres europeus em igualdade de circunstâncias.
Jorge Simões

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